[manifestações de apoio] Erika, na lista rede25

Olá garotas, mulheres e lésbicas!

O escracho foi sem dúvida uma atitude corajosa, uma ação “linda”, legítima, pertinente e infelizmente necessária.

Digo isso porque mais que denunciar, expor, escancarar esse agressor covarde, ele suscitou, por um lado, as discussões e incentivou o posicionamento dxs militantes em diversos espaços, como eu nunca tinha visto acontecer. Assim como a Marina, também fui indagada sobre a ação, sobre mais informações, sobre “minha opinião” (consultora de feminismo????) por mais de um militante que se interessou em saber mais sobre o ocorrido, e/ou que se surpreendeu com a denúncia, e/ou que admirou a coragem e ao mesmo tempo temeu pela exposição das envolvidas a mais agressões e represálias. Nem todas essas pessoas que passaram a debater o machismo e a violência nos movimentos sociais e entre ativistas apóiam a ação, nem reconhecem suas próprias ações e consciência machista. Mas o fato é que as pessoas estão se posicionando, refletindo e isso é fundamental, porque o silêncio é o maior cúmplice dos agressores.

Por outro lado, a ação tem provocado uma série de outras denúncias, depoimentos e solidariedade entre nós mulheres e lésbicas, ativistas, militantes, libertárias, amazonas, lutadoras, sobreviventes…E embora não seja novidade que esses espaços não são espaços seguros para nós, a ação despertou o desejo e a necessidade de compartilhar, de tornar públicas as violências que sofremos, e sobretudo a certeza de que não é “algo pessoal” que devamos remoer caladas até a morte. Infelizmente não é um só agressor, não são poucos os espaços, nem xs pretensxs ativistas coniventes com a violência de gênero.

Não é preciso ter sofrido diretamente a violência para sentir-se agredida, já que “se tocam uma, tocam todas”. Embora minha indignação e revolta aumentem diante do posicionamento de algumas pessoas, sinto que já estamos fortalecidas a cada mensagem que tenho recebido de vocês. Já não dizemos que as coisas não “deveriam ficar ser resposta”, e sim que “não ficarão”, descobrimos ativistas de outros países refletindo, publicizando e produzindo a respeito e passamos fazê-lo, estimulamos o posicionamento de outros coletivos de mulheres e espero que em breve de coletivos “mistos”, enfim…posso ser acusada de polianice por isso, mas acredito que sejam grandes vitórias. Contra a violência, o machismo e o silêncio.

Parabéns pela coragem e obrigada por compatilhar.

Saudações feministas e libertárias, e muita força a todas nós.

Erika

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